segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Abelha Limão


A abelha limão (Lestrimelita limao) também conhecida como Iratim é social e pilhadoras, ou seja, saqueiam colônias de abelhas de outras espécies. Não visitam flores. O mel produzido por essa espécie de abelha pode ser perigoso.
É a única abelha detestada pelos meliponicultores, esta abelha vive de pilhagem, sempre roubando alimentos de outras abelhas, trigonas e meliponas, quando vai se multiplicar invade outra colônia e se instala fazendo ali a sua nova morada, A tática de ataque e tão perfeito que a natureza deu a ferramenta necessária para ser sempre a vitoriosa.
Esta abelha ao atacar a sua adversária, solta um cheiro igual a folha de limão, como a maioria das abelhas se orientam pelo cheiro de sua colonia e de suas irmãs, ficam confusa e acabam se atacando a si mesma.
Quando atacam para roubo, o ataque é rápido, e a intenção não é destruir a colônia por completo, pois pretendem voltar, para nova pilhagem. Quando é para fazer sua nova morada, é observado minutos após o ataque, o inicio de um novo pito de entrada, este é o sinal de destruição total da colônia.
foto 01 - ataque abelha limão

O meliponicultor pode intervir e salvar a sua colônia, da seguinte forma:
  • Pegar a caixa que esta sendo atacada e leva a uns 10 metros do local
  • Abrir a tampa e mata as abelhas limão, tomar cuidado para não tocar com o dedo em outra abelha, tampar e aguardar alguns minutos
  • Abrir novamente, pois ao abrir as abelhas limão se esconde em baixo do ninho, quando fechar com a tampa elas sobem.
  • Retornar a caixa ao antigo lugar quando não tiver abelha limão no local.

Na saída da morada desta abelha, a vários pitos em forma de dedos, e só um esta ativo, estes pitos não são para enfeitar a colônia, e sim uma tática de defesa de predadores como formigas etc.  Se amassar o pito de saída desta abelha, logo em seguida começa a preparar outro, pois ela tem várias opções.  Como esta abelha vive de roubo, esses pitos alternativos, é indício de que realmente é uma ladra, por fazer saídas alternativas.

Distribuição Geográfica

  • Amazonas
  • Bahia
  • Minas Gerais
  • Paraná
  • Rio Grande do Sul
  • Santa Catarina
  • São Paulo

 video 01 - ataque da abelha limão a colméia de Jataí

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Uso de abelhas na polinização


Vou abordar um tema hoje que dificilmente vemos nos blogs de nossos meliponicultores. O aluguei de colmeias para a agricultura é uma outra forma de se conseguir renda com nossas abelhas. O testo abaixo foi retirado e adaptado da revista Época.

Na Europa e nos Estados Unidos: o uso das abelhas para melhorar a produção agrícola. Não é novidade que esses insetos ajudam a transferir o pólen de uma flor para outra. Mas, nas últimas décadas, cientistas e agricultores têm feito desses parceiros naturais uma eficiente mão-de-obra para polinizar lavouras e aumentar a produtividade e a qualidade de frutas, legumes e grãos.

Em muitos países do mundo, apicultura hoje não é mais uma atividade secundária, quase sempre de pequeno porte, e muito menos sinônimo de mel, que virou um subproduto. A grande meta dos apiários agora é a polinização, um negócio altamente lucrativo. Nos Estados Unidos, campeão mundial em pesquisas e no aproveitamento de abelhas na agricultura, os números são reveladores. Em 1988, enquanto a produção de mel acrescentou mirrados 150 milhões de dólares à economia americana, o aumento da produção de alimentos com o auxílio dessas prestativas operárias gerou um lucro adicional de 20 bilhões de dólares para o setor agrícola. Atualmente, mais de 2 000 apicultores vivem de alugar suas colméias, naquele país.

No Brasil, o hábito de recorrer a elas para polinizar lavouras não alça vôos tão altos. Pelo menos no campo, porque nas universidades o trabalho das abelhas vem sendo pesquisado há muito tempo. A professora paulista Regina Helena Nogueira Couto, por exemplo, pesquisa há dezenove anos a genética e o modo de vida desses insetos. No campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Jaboticabal, SP, ela lida diariamente com todo tipo de espécies: da Apis mellifera — a mais comum em todo o mundo — até a dócil jantaí (Tetragonisca angustula) ou a nordestina uruçu (Melipona scutellaris), cujo mel é um orgulho regional. "São muitos os insetos que coletam néctar e polinizam as flores. A vantagem das abelhas é que elas são mais eficientes e podem ser controladas", explica Regina Helena.

Dependendo do tipo de plantação, uma colméia, com cerca de 60 000 abelhas, produz de 1 a 10 quilos de mel por semana. O que significa pelo menos 1,5 milhão de visitas coletivas às flores em busca da saborosa solução de água, açúcar e sais minerais do néctar, usado para produzir mel e enfrentar o inverno.Mas não é só a busca frenética do néctar ou do pólen que faz das abelhas melhores polinizadoras do que borboletas, besouros ou moscas. Elas vencem os rivais em eficiência por uma outra característica, batizada pelos cientistas de "fidelidade alimentícia". Enquanto a borboleta abandona facilmente um laranjal para se embrenhar no mato atrás de flores silvestres, a abelha só deixa a plantação quando não há mais flores a visitar.

Pesquisas feitas na Unesp de Jaboticabal provaram que a produção de laranjas pode crescer em 30% com ajuda dessas laboriosas trabalhadoras. "Além do aumento da quantidade, a qualidade das frutas melhora", acrescenta a professora e pesquisadora Regina Helena, de Jaboticabal. As laranjas da Unesp, por exemplo, ficaram 10% maiores e com mais 20% de vitamina C graças às persistentes caçadoras de néctar, que fecundam o máximo possível de óvulos na flor e fazem com que o fruto se desenvolva por inteiro. Quando o agente polinizador é o vento ou são insetos mais preguiçosos, isso fica difícil.

Em 1984, Wiese participou de uma experiência que elevou em 50% a produção de maçãs catarinense.

Nossas abelhas nativas tem um potencial muito grande para ser utilizado nas lavouras mas ainda precisamos de muitos estudos para que essa atividade se torne rentável.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

ZANGÃO


 O ZANGÃO É SEMELHANTE A UMA OPERÁRIA, SENDO UM POUCO MAIS ESCURO QUANDO VISTO PELAS COSTAS. UM ENXAME QUANDO ESTÁ NIDIFICANDO, DEZENAS OU ATÉ CENTENAS ZANGÕES, PODEM VOAR  EM ZIGUEZAGUE PRÓXIMO DA NOVA COLMEIA QUE ESTÁ POR RECEBER A RAINHA JOVEM. 


                                                     Foto 01- Zangão e operária de Jataí

O ZANGÃO AO POUSAR PRÓXIMO DA COLMEIA PARA DESCANSAR, APRESENTA UM COMPORTAMENTO INCONFUNDÍVEL, ELE FICA QUASE IMÓVEL, ATENTO, COM SEU PAR DE ANTENAS LEVANTADAS, SEU OLFATO É BASTANTE APURADO PERCEBENDO O FERORMÔNIO PRODUZIDO PELA RAINHA A LONGAS DISTANCIAS . OS ZANGÕES FICAM VOANDO PRÓXIMO DA COLMEIA  ELES GOSTAM DE POUSAR AGRUPADO UM PERTO DO OUTRO. AO POUSAR PRÓXIMO DA ENTRADA NO ENXAME ELE LOGO É EXPULSO POR UMA ABELHA QUE ESTA DE GUARDA.

ESTE COMPORTAMENTO DOS ZANGÕES, VOANDO PRÓXIMO DA CAIXA PODE DURAR O DIA TODO OU ATÉ MESMO ALGUM DIAS. ESSE COMPORTAMENTO NÃO É APRESENTADO SOMENTE QUANDO O ENXAME ESTA NIDIFICANDO, PODE ACONTECER EM QUALQUER EM OUTRAS ÉPOCAS, PORQUE COMO SE SABE, O ENXAME PODE SUBSTITUIR SUA RAINHA QUANDO ELA FICA VELHA, OU QUANDO A RAINHA MORRE. A PRINCESA NOVA TERÁ QUE SAIR PARA O VOO NUPCIAL, E É IMPORTANTE O AJUNTAMENTO DE ZANGÕES DE OUTRAS COLÔNIAS DE JATAÍ PARA O ACASALAMENTO.

EXISTE DIFERENÇA ENTRE O ALVOROÇO DE ZANGÕES EM ÉPOCA DE ACASALAMENTO, COM O ALVOROÇO DO ENXAME DE JATAÍ, QUE TAMBÉM PODE SER SINAL DE ENXAMEAGEM. É MUITO ACONTECER, UM ALVOROÇO DO ENXAME, QUANDO CENTENAS E MAIS CENTENAS DE
ABELHAS FICAM AGITADAS SAINDO E ENTRANDO RAPIDAMENTE CONGESTIONANDO A ENTRADA. UM GRANDE NÚMERO DE ABELHAS FICAM VOANDO AO REDOR E NAS PROXIMIDADES DA COLMEIA  FORMANDO UM LINDO ESPETÁCULO, QUE PODE DURAR POR VOLTA DE UMA HORA.


Vídeo de uma enxameação

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Forídeo

Hoje vou tratar dos Forídeos, pois estamos com um enxame que esta esperando o nascimento de uma nova rainha, esta fraco e com isso apareceu alguns forídeo. 

O forídeo é um díptero que se alimenta de material orgânico em decomposição (frutas, principalmente). A palavra Forídeo vem do grego fóridas e significa ladrão. A fase larval adaptou-se muito bem ao consumo de pólen e larvas de meliponíneos. O adulto quando entra na colônia de abelhas, põe seus ovos preferencialmente no pólen armazenado pelas abelhas ou em favos de crias destruídos pelo manejo inadequado. As larvas dos forídeos alimentam-se de pólen, larvas e pupas de abelhas, causando sérios danos à colônia. 


Ciclo:

  • Ovo: 6 a 8 horas
  • Larva: 96 horas
  • Pupa: 136 horas
  • Total = 240 horas ou 10 dias.


Assim, se o meliponicultor manipulou a colônia de abelhas e não encontrou forídeo, isto não significa que esta livre desses Dipteros. Caso o meliponicultor não cuide das colônias afetadas, eliminando o parasita, ela morrerá após alguns dias de infestação. Cada forídeo põe até 70 ovos, que em 3 dias desenvolvem-se em indivíduos adultos. Uma colônia infestada por forídeos é fonte de infestação no meliponário. Desta forma, esta colônia deve ser tratada ou eliminada o mais rápido possível


A infestação por forídeos ocorre principalmente quando se divide o enxame ou quando se transfere da isca pet para a caixa, porque as colônias podem ficar fracas, com poucas abelhas obreiras, ou mesmo sem sua rainha
É sempre importante fazer a verificação das colônias e assim que se identificar os forídeos deve-se colocar as armadilhas como sugerido nas fotos abaixo

A armadilha deve ser feita com frascos de coleta de urina ou fezes que você encontra nas farmácias (armadilhas internas) ou com garrafinhas tipo pet (armadilhas externas). A armadilha deve ter furos para a entrada dos dípteros e no seu interior deve-se colocar vinagre.




Os videos abaixo ilustram bem como se deve fazer e como colocar as armadilhas na colônia






terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Abelha e Passaros



Voltando de viagem essa semana me deparei com uma cena um pouco inusitada. Em uma lanchonete dessa de beira da estrada próximo ao município de Caratinga/MG observei que as abelhas estavam indo ao comedouro dos pássaros que estavam cheio de canjiquinha -um tipo de farelo de milho triturado muito utilizado em minas para alimentar canários e pombas- e por la ficavam  um certo tempo e saiam voando.


Essa foto foi tirada no comedouro note que existem alguns pontos negros no fubá, esse são as abelhas. Estavam nesse comedouro Apis e Abelhas sem ferrão.

Conversando  com amigos meliponicultores, eles me informaram que isso ocorre devido a falta de pólen na região, com isso as abelhas recorrem ao farelo que é pouco nutritivo. Quando notarmos isso em nosso meliponário devemos então fornecer pólen de Apis para nossas abelhas ou xarope com complexo de aminoácidos também conhecido como Aminomix. Em uma próxima postagem estarei tratando dessa alimentação proteica.

Outro fato muito importante é que na cultura de milho existem muitos agrotóxicos que acabam deixando resíduos nos grão afetando nossas abelhas.